Crise na saúde materna expõe falhas estruturais e reforça importância

dos Enfermeiros Especialistas


04 de novembro de 2025

De acordo com o comentador Rui Calafate, numa informação avançada na noite desta terça-feira na CNN, a Ministra da Saúde deverá apresentar, até à próxima semana, um plano que prevê a mobilização de Enfermeiros Especialistas em Saúde Materna e Obstétrica (EESMO), para assegurar a resposta às grávidas em unidades onde não existam obstetras em número suficiente.


A escassez de profissionais no Serviço Nacional de Saúde (SNS) voltou a estar no centro do debate público, desta vez no setor da Saúde Materna e Obstetrícia, após a recente morte de uma grávida e do seu bebé após ida ao Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE (Hospital Amadora-Sintra).

Rui Calafate em comentário no Prime Time da CNN Portugal. 04-11-205

A ASPE recorda que este desinvestimento no SNS não é um cenário novo, mas sim o resultado previsível de anos de desinvestimento na Saúde, da falta de planeamento e da ausência de políticas eficazes de valorização dos profissionais de saúde, sobretudo dos Enfermeiros.


O que hoje é apresentado como uma solução de emergência revela, na verdade, a dependência crescente do SNS em relação aos enfermeiros, que continuam a garantir o funcionamento dos serviços de saúde, na maioria das vezes sem o devido reconhecimento.


Os EESMO têm formação avançada, conhecimentos técnicos e científicos, e desempenham um papel essencial na promoção da saúde da mulher, na vigilância da gravidez e no acompanhamento dos partos. Contudo, têm sido esquecidos pelos gestores da Saúde em Portugal.

A ASPE sublinha que a resposta à crise na Obstetrícia não pode assentar apenas em medidas pontuais ou paliativas. O país não pode continuar a depender da boa vontade dos seus Enfermeiros, e a ASPE insiste na manutenção de urgências abertas para grávidas de baixo risco em todas as maternidades.


A falta de especialistas em Obstetrícia no SNS apenas tem evidenciado as fragilidades de um sistema que há muito funciona no limite das suas capacidades.


É tempo de reconhecer, com seriedade e coragem política, o papel central dos enfermeiros na sustentabilidade do sistema de saúde público.




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