Dia do Trabalhador: O papel dos sindicatos
na defesa dos enfermeiros

A ASPE assinalada este 1º de maio em vésperas de mais umas eleições legislativas. Por isso, salientamos a necessária mudança de paradigma por parte dos enfermeiros, bem como o dever dos sindicatos de defender os direitos dos seus associados, ao invés de os aproveitar para jogos políticos.
Os enfermeiros são trabalhadores com características especiais. Basta recuarmos à história da Enfermagem, e de Florence Nightingale, para percebermos como a profissão sempre esteve ligada à caridade, a cuidar por missão, quais anjos sem asas que se vestem de branco.
Para o enfermeiro, a farda e o seu dever profissional são a essência. Por essa razão, coloca o cuidar do outro à frente de cuidar de si, aceitando cargas horárias desumanas, que o afastam de ser quem é. Os seus direitos anulam-se perante aqueles de quem cuida. Por isso se torna alvo fácil de abusos de gestores menos íntegros, que lhe imputam a responsabilidade de ficar, além do contratualizado, fazendo-o acreditar que essa é a sua obrigação, sob pena de deixar alguém sem cuidados.
No dia em que cada enfermeiro perceber que não é um herói, mas um profissional de Enfermagem, esta realidade vai inverter-se.
Para que isso aconteça, os sindicatos têm um papel crucial. São estas estruturas representativas dos enfermeiros que podem marcar a diferença, colocando o foco na defesa dos seus direitos, fazendo-os perceber que o que normalmente lhe impõem – horários além do contratualizado, sem tempos adequados de descanso, sem condições de trabalho adequadas, sem respeito pela sua autonomia profissional – não é o normal!
Mas para que os sindicatos se aproximem dos enfermeiros e ganhem a sua confiança e apoio, têm de os colocar no foco da sua ação. O único objetivo deve ser defender os direitos dos seus associados e não os utilizar como “armas” em jogos políticos e de poder.
Se os enfermeiros sentirem que fazem parte do seu Sindicato, que este os ouve e respeita, mostrando com clareza e transparência qual o caminho que tem para valorizar e dignificar o seu trabalho, conseguirá confiar e sindicalizar-se.
Urge, portanto, valorizar este 1° de Maio. Mostrar aos enfermeiros que as condições em que trabalham também dependem deles. As estruturas sindicais, se forem livres e independentes, colocarão os interesses dos enfermeiros acima de tudo! Mas necessitam que os enfermeiros façam o mesmo, tornando-se o que tanto reivindicam: trabalhadores da Saúde que, unidos em fortes estruturas sindicais, são respeitados, reconhecidos e valorizados.
Juntos construímos o futuro!
